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domingo, 31 de maio de 2009

ANSEIOS


ANSEIOS

Nas andanças
que já fiz na minha vida
encontrei-te certo dia
em meu caminho
e sozinha me vi a suspirar
entre dias e noites
mal dormidas
pelo sonho que se fez
de incertezas

E nesta ilusão
em que me perco
já não sinto tua presença
que tão longe se encontra
e tão perto me confunde
desfazendo a minha crença
de te amar sem ter por quê...

Mas pelo tanto que te quis
não me arrependo
pelo tanto que te quero
já não busco
pelo tanto que te sonho
me perdôo...
porque metade de mim
é só saudade
e a outra metade é emoção!

E a sonhar
refaço a caminhada
que chorando
me proponho a te esquecer
porque metade de mim
é todo o mundo
e a outra metade é solidão!


Doroni – 28- 05-09

terça-feira, 26 de maio de 2009

A NATUREZA EM SI


A NATUREZA EM SI


`A Doroni


Clicar para ouvir a musica



Você não é apenas terra- é Água

Você é o que respiramos - é AR

Você não é apenas gente - é Terra

E atendendo ao insistente rogo

Menina_Mulher... Você é Fogo!!!



Uma linda homenagem do amigo: José Avelar
pela qual agradeço comovida e emocionada


sábado, 23 de maio de 2009

EFEMERIDADES


EFEMERIDADES

E neste andor
Em que me sondas
Onde te escondes
Luz dos meus sonhos?

A noite vem e desaba
Sobre meus olhos
Toda a tormenta
--Foi ilusão?
Doroni

PERDA


PERDA

Nesta madrugada
silenciosa
de mim, sem ti
se esvai toda a razão,
queda sobre mim
uma saudade,
uma dor,
uma aflição
ah! coração!

Doroni

domingo, 17 de maio de 2009

AUSÊNCIA


AUSÊNCIA

O que me dói
é esta tua ausência
este teu prazer
em me ver penar...

este clamor
que de mim se ausenta
nesta vida
que me faz chorar.
Doroni

sábado, 9 de maio de 2009

sexta-feira, 8 de maio de 2009

LEMBRANÇAS


LEMBRANÇAS

Eu ainda me lembro
Das frias noites de inverno
Todos ao redor da lareira
E mamãe a nos contar
Uma antiga e bela história

Depois meio cansada
Cochilava em sua cadeira
Mas logo sem demora
Acordava bem ligeira

Nos levava para a cama
E nos cobria até às orelhas
Mas eram as suas histórias
Que contadas à sua maneira
Nos acalentavam a noite inteira

Pela manhã bem cedinho
Que friozinho...
Tanta neve lá fora no chão
Em casa tudo quentinho
Com o gostoso calor do fogão
Na mesa um cafezinho
E grossas fatias de pão

Quantas saudades de outrora
Dos tempos que já se foram
Tempos que valiam ouro
A infância e seus tesouros


Uma trova

Eu não consigo achar rima
Para teu nome Mamãe
Porque tu és obra prima
E só existe uma Mãe!

Doroni
Este poema é dedicado a minha mãe; Diná Ribeiro Dias, de saudosa memória,
mas feito quando ainda em vida.

LÁGRIMAS


LÁGRIMAS

Sou uma pequena lágrima
Que broto no fundo do seu coração
Vou subindo de mansinho até seus olhos
Vou rolando devagar pelo seu rosto
E caio brilhando em suas mãos

Eu brotei porque você ficou magoada
Aquele que você ama lhe ofendeu
Esse alguém que já não liga para nada
E que não sabe o tesouro que perdeu...

E você que é uma garota ajuizada
E sabe o valor que a vida tem
Espere... sem ficar tão magoada
Por outro amor, que com certeza vem!

Doroni
sobre a obra
Esse poema eu o fiz há uns anos atrás quando minha filha
brigou com o namorado, mas ele cabe em inúmeras situações.

ETERNO HERÓI


ETERNO HERÓI

Agora não mais veremos
a bandeira do Brasil
a tremular verde linda
nas mãos corajosas
de Ayrton Senna...
Mas à noite por certo veremos
uma estrela no céu correndo
brilhando entre as demais.

Foi no dia 1* de Maio
numa manhã de domingo
que um trágico e fatal acidente
levou nosso herói tão querido
para correr nas alturas.

A dor que sentimos foi tanta
que não coube em nosso coração
e choramos tontos de tristeza
a grande perda que simbolizava
honradez e orgulho, coragem e vitórias.

Acompanhamos compungidos
nosso campeão brasileiro
até sua última morada e ali,
numa prece dorida
pedimos à Deus em silêncio
que acolhesse de braços abertos
nosso herói audacioso.

A dor que ainda sentimos
com o tempo se amenizará
mas a lembrança de Ayrton Senna
será eterna... uma estrela
que jamais se apagará!
Doroni Hilgenberg
sobre a obra
Homenagem a Ayrton Senna
Poema editado na Antologia: " SENNA, OS POETAS TE SAÚDAM!
Editora Carreipi - Porto Alegre -RS -1999

terça-feira, 5 de maio de 2009

GUERREIRO XAVANTE

Juruna ou Mario Dzururá
GUERREIRO XAVANTE



Em Mato Grosso houve um índio
da valente tribo Xavante
queria ser mais distinto
queria ser importante

Deixou sua simples tanga
colocou terno e gravata
deixou as suas miçangas
e foi atrás de bravatas

Foi para a cidade distante
aprendeu a ler e contar
não era mais ignorante
podia até se candidatar

Ficou muito aculturado
muita coisa ele aprendeu
assim, sabido e alinhado
as eleições ele venceu

Esqueceu o arco e a flecha
aprendeu a usar gravador
registrava toda a conversa
até falas com o governador

Não tinha papas na língua
dizia com toda a razão:
“povo morre à míngua...
governo ser muito ladrão"

Dizia: “Branco é safado
branco não ter coração
branco ter muitas mulheres
branco não ser meu irmão"

“Branco não gostar de índio
só sua terra ele querer
branco lograr o índio
com seu modo de viver”
Era garboso e falante muito
fazia por seus iguais
incomodava os governantes
dava trabalho aos tribunais

Assim o tempo passando
e ele, as verdades dizendo
inimigos à frente achando
e poucos amigos fazendo

Cansado de tantas asneiras
e de tantos maus governantes
voltou para a sua aldeia
ser só“ Guerreiro Xavante”

Doroni

MEMÓRIAS


MEMÓRIAS


Quantas saudades da minha casinha antiga
naquela ruazinha escura, mais antiga ainda,
onde as lamparinas tremeluziam em cada esquina
e os arvoredos assombravam com o clarão da lua.

E me parecia então, que todos os fantasmas
se encontravam ali, num cantinho escuro,
atrás da sebe, atrás da cerca, atrás da casa,
esperando um momento para se manifestar.

Mas eu não tinha medo senhores
daqueles seres que nada de mal faziam,
a não ser assustar os viajantes retardatários
que se atreviam a passar por aquela ruazinha.

Mas às vezes, quando eu me retardava
na casa de algum vizinho mais adiante,
e voltava assustada para casa...
Além dos meus passos apressados, saltitantes,
e do meu coração que batia feito louco,
eu sentia que todos os fantasmas me espreitavam.

E quando chegava em frente ao meu portão
este ia se abrindo vagarosamente,
sem que ao menos nele eu tocasse.
E ao erguer os olhos para a minha porta,
esta também ia se abrindo lentamente,
como que tocada por mãos imaginárias.

Depois, segura no aconchego do meu quarto
eu dizia para mim e meus botões:
"--Fui eu mesma quem abriu a minha porta,
--Fui eu mesma quem abriu o meu portão!"

Doroni